A Linha de Comboios de Sintra é a infraestrutura ferroviária com mais passageiros em Portugal. Ela é responsável pela circulação de 40% de todos os passageiros que utilizam comboios em Portugal. Contudo, ela continua a não oferecer uma resposta de qualidade, modernidade e eficiência aos utentes deste serviço público. Podemos mesmo dizer que financeiramente esta linha financia muitas das restantes linhas de comboios em Portugal.
O desinvestimento nas estações, no material circulante e no adiamento constante da sua modernização (quadruplicação em toda a sua extensão, etc) tem levado ao desespero dos utentes, prejudicando a vida destes tanto nas deslocações para o trabalho como em lazer.
A introdução do Passe Social Intermodal na Área Metropolitana de Lisboa, uma medida importantíssima e que só peca por tardia, com um preço de passe acessível a todos os cidadãos, aumentou significativamente a procura pelo comboio, mas tal não se traduziu no reforço da oferta por parte da CP.
A maior utilização do comboio está a levar a uma pressão acrescida nesta estrutura, o que se reflete na indignação dos utentes por estar a ser prestado um serviço com pouca qualidade.
Identificam-se estruturalmente os seguintes problemas:
- Ausência de material circulante e idade já avançada da frota de comboios;
- Carruagens sobrelotadas, em particular nas horas de ponta;
- Fora das horas de ponta, a frequência de circulação é apenas de 20 em 20 minutos;
- Forte redução da oferta e do número de composições nos períodos da noite e fim-de-semana;
- A actual oferta, mesmo apesar da recuperação de 8 comboios, não se repercutiu numa maior circulação de comboios. Aliás, mantém-se insuficiente para tanta procura.
- São comuns as supressões de comboios, tanto em hora de ponta como fora dela.
O que este cenário demonstra é a necessidade de romper com as decisões que foram tomadas à uma década atrás, pelo Governo PSD/CDS/troika que procuraram destruir a linha de Sintra. Foi o então Secretário de Estado do PSD Sérgio Monteiro que contribuiu para esta desarticulação e que ainda agora se faz sentir.
É necessário e urgente:
- Aumento da frequência dos comboios.
- Adaptação da oferta ao aumento substancial do número de utentes.
- Melhor articulação do horário das circulações entre Oriente/Sintra, Rossio/Sintra e Rossio/Meleças, em particular ao fim-de-semana.
- Requalificação das estações, nomeadamente, Algueirão-Mem Martins (única estação a céu aberto), Portela de Sintra e Queluz/Belas.
- Resolução dos consecutivos problemas no funcionamento e manutenção das escadas rolantes das Estações.
- Abertura da passagem superior em Sintra.
- Criar melhores acessibilidades a pessoas com mobilidade reduzida.
- Abertura das bilheteiras durante todo o período de circulação.
- Necessidade de renovar e aumentar o número de Máquinas de Aquisição Automática de bilhetes.
- Assegurar a manutenção do PART (Programa de Apoio à Redução Tarifária no OE) por forma a garantir os actuais passes.
- Maior articulação de horários CP e Carris Metropolitana nos interfaces/estações.
Os utentes de Sintra, e também da Amadora, merecem uma linha de Sintra com qualidade na prestação de um serviço público de excelência. É por isso que se exige ao Governo a concretização de investimentos há muito necessários. O Governo não se pode esconder em questões financeira para não investir. Este é o serviço público mais rentável de toda a CP e por isso mesmo também avisamos: não pensem em privatizar a linha de Sintra porque a linha é pública e por isso é de todos!
