MUSP saúda reabertura da Linha de Cintura Campanhã-Leça do Balio

O Movimento de Utentes dos Serviços Públicos (MUSP) saúda a reabertura da Linha de Cintura, mas critica o facto de esta Linha, passando por quatro concelho, apenas servir três, já que, a não construção do apeadeiro de Rio Tinto (Gondomar), deixa de fora 60 mil habitantes daquela freguesia.

A 9 de fevereiro deste ano entrou em funcionamento a linha de caminhos de ferro, designada Linha de Leixões, mas que verdadeiramente se trata de uma Linha de Cintura Interna, que liga Campanhã a Leça do Balio. O MUSP congratula-se com esta reabertura, pois trata-se de um importante serviço público que aumenta a oferta e ajuda, até certo ponto, à melhoria da mobilidade na Área Metropolitana do Porto.

Esta infraestrutura ferroviária estabelece uma ligação que foi encerrada em 2011, quando foi interrompido o serviço que ligava Ermesinde a Leça do Balio, a que também chamaram Linha de Leixões.

A nova Linha traz maior mobilidade aos utentes, na medida em que poupa tempo entre paragens, serve zonas onde existem imensos serviços públicos, como é o caso do Hospital de São João, onde foi construído um novo apeadeiro que serve esta estrutura, o Polo Universitário e também outras estruturas de serviços privados.

Essa mesma utilidade se atribui à construção do novo apeadeiro na Arroteia, dado servir uma zona industrial, com inúmeras empresas, entre as quais a Efacec que emprega centenas de trabalhadores.

A reabertura da linha melhora ainda a mobilidade durante o período de verão, para quem procura as praias de Matosinhos e, nesse sentido, foi ativada também uma linha de transportes rodoviários que parte 5 minutos após cada chegada do comboio.

A circulação será de dois comboios por hora, efetuando paragens em Contumil, São Gemil, Hospital de São João, São Mamede de Infesta e Arroteia. Passa por quatro concelhos, Porto, Gondomar, Maia e Matosinhos, no entanto só servirá os utentes de três concelhos, uma vez que a não construção de um apeadeiro na freguesia de Rio Tinto, concelho de Gondomar, deixa de fora cerca de 60 mil habitantes.

Para o MUSP não deixa de ser estranho que as várias entidades autárquicas, assim que foi anunciado a intenção de reativar a linha, não tenham intercedido junto do governo agora exonerado e do anterior, sensibilizando-os para a importância daquele apeadeiro.

No entender do MUSP é lamentável e incompreensível que, também a IP-Infraestruturas de Portugal e a CP não tenham tido em atenção a importância deste meio de transportes público, para a população de Rio Tinto.

Apelamos aos utentes de Rio Tinto para que se batam de forma a que, num futuro próximo, seja retificada esta injustiça, exigindo a construção do apeadeiro, que pode ser na zona da Castanheira, o que permitia servir o Forno, onde existe um grande aglomerado habitacional, segundo dados oficiais, habitam cerca de 20 mil pessoas.

Refira-se ainda que a ligação de muitos utentes de Ermesinde, concelho de Valongo, com alguns pontos da Área Metropolitana do Porto, é feita através da Linha do Minho. Se pretenderem rumar ao Polo Universitário ou ao Hospital de São João têm de ir a Campanhã e retomar o metro, ou voltar para trás na linha de cintura interna, quando podiam apanhar em São Gemil, se se reativasse a anterior ligação Ermesinde Leixões.

Por fim, salientar que no primeiro mês de funcionamento desta Linha Circular Interna, viajaram cerca de 20 mil utentes, o que vem dar razão a quem sempre defendeu a sua entrada em funcionamento. Naturalmente que o número de utentes tenderá a aumentar, tendo em conta que a procura influenciará muitos outros a utilizar o transporte público.

De realçar que a procura tem também a ver com a questão dos preços, que até podiam ser ainda mais apelativos, e com o título Andante, título esse que não existia quando a Linha Ermesinde Leça do Balio foi encerrada, em 2011.

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