
“Embrulhado” em estudos na ferrovia e no metro, parado por concursos impugnados, encalhado num velho cais que a autarquia de Almada, ao contrário da do Seixal, demora em substituir, o governo remete para anunciadas soluções de longo prazo, mas mostra-se incapaz de resolver a curto e médio prazos os problemas reais que afetam as populações da margem sul em matéria de mobilidade.
A CUMTS levou ao governo, concretamente à reunião realizada a 10 de maio, com o gabinete da Secretária de Estado da Mobilidade, preocupações reais dos utentes da Margem Sul, designadamente com o serviço prestado pela Fertagus da Transtejo, pela Carris Metropolitana, pelo transporte fluvial e manifestou preocupação pela retirada da faixa BUS no acesso Sul – Norte à Ponte 25 de Abril.
No que respeita à travessia ferroviária, os membros do gabinete da Secretária de Estado informaram a Comissão de Utentes que o Governo não tem um prazo previsto para o desbloqueio do concurso público, para aquisição de novos comboios (impugnado por uma das empresas concorrentes).
Sobre o transporte fluvial informaram acerca da receção do sétimo navio movido a eletricidade, afirmando que a questão do carregamento dos navios no Seixal se encontra resolvida, enquanto a possibilidade de carregamento em Cacilhas está a ser estudada com a Câmara Municipal de Almada, nomeadamente a hipótese de alteração do cais de embarque, pois o atual não permite a eletrificação. Não está a ser perspectivada a criação de novas ligações fluviais no Seixal e em Almada.
A CUTMS defendeu que barcos com periodicidade de 20 em 20 minutos são claramente insuficientes e que a falta de uma solução empurra os utentes para o uso do carro ou para o comboio que já circula sobrelotado.
Questionados sobre a possibilidade de criação de outras linhas fluviais que liguem a margem Sul a outros pontos de Lisboa, a resposta foi afirmativa, remetendo para um Plano, no âmbito da sociedade “Parque Cidades do Tejo, S.A.”.
Os membros do gabinete da Secretária de Estado da Mobilidade informaram ainda que está em estudo a extensão do Metro Sul do Tejo naquele que era o seu traçado da segunda e terceira fase (Seixal, Barreiro, Alcochete e Montijo) com a ligação ao novo aeroporto. Acrescendo agora a ligação a Lisboa através do novo túnel, não estando ainda definido se será o Metropolitano de Lisboa que virá até à Trafaria ou o Metro Sul do Tejo até Algés.
A CUTMS considera que se deve priorizar o reforço da oferta e a articulação entre os meios de transporte existentes (ferroviário, rodoviário e fluvial) e a construção da terceira travessia (Barreiro – Chelas) em vez de avançar para uma obra como o túnel que será de demorada execução e muito dispendiosa.
Em resumo, muitos estudos, muita avaliação, um reconhecimento das dificuldades sentidas pelos utentes, mas nenhuma medida concreta, nenhuma ação para resolver estes problemas a curto ou a médio prazo.
